Obesidade na terceira idade.
WhatsApp12 de agosto de 2022

Nesta fase da vida, diversos fatores podem interferir na maneira como este público se alimenta, como alterações fisiológicas, psicológicas e sociais, além do uso de medicamentos e de doenças crônicas. Questões que impactam diretamente a vida dos idosos, como perda da massa muscular que passa ser visível e o acúmulo de gordura.
Além disso, a obesidade diminui o desempenho físico, causa instabilidade da postura, dores nas articulações, acelera processo de envelhecimento e pode causar diabetes, hipertensão e acelerar o processo de doenças crônico-degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
A mudança e a desaceleração no metabolismo contribuem muito para que esse efeito ocorra, proporcionando um aumento de 20% a 30% da gordura corporal e alterando também a forma como ela é distribuída, tendendo a se concentrar na região abdominal e visceral.
A predominância é de alimentos mais fáceis de serem consumidos e que exigem o mínimo de preparo. Ao longo dos últimos anos houve uma piora na qualidade da alimentação com a inserção de ultraprocessados e alimentos de fácil preparo.
De 2006 a 2019, houve crescimento nos índices de obesidade e sobrepeso entre os idosos brasileiros, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa revelou que a prevalência de sobrepeso aumentou de 53% para 61,4%, e a prevalência de obesidade, de 16,1% para 23%. o que significa um crescimento de 2,8% ao ano.
Segunda a pesquisadora Laura Rodrigues, apesar do estudo não identificar as causas desse crescimento da obesidade e do sobrepeso nessa população, outros estudos nacionais e internacionais evidenciam que essa elevação está associada ao consumo alimentar e a ausência de atividade física entre idosos.
Como lidar com a obesidade na terceira idade e resolver o problema?
Apesar da resposta parecer simples e óbvia é muito importante que você evite oferecer uma dieta “não planejada” ao idoso com o objetivo de reduzir sua gordura corporal ou diminuir seu peso.
Outro erro comum é estimular o idoso a fazer exercícios físicos para perder peso sem procurar a recomendação de um especialista ou até mesmo incentivar a automedicação.
Antes de seguir um tratamento, o idoso precisa passar por uma análise completa, que vai investigar seus hábitos durante a vida, os problemas de saúde que já enfrentou e suas condições no momento presente.
Reduzir a gordura corporal de um idoso deliberadamente pode ser tão perigoso quanto a própria doença, uma vez que não se conhecem os efeitos da redução de peso em uma pessoa de idade avançada.
Nessa população, a redução da quantidade de medicações para controle de doenças crônicas e a melhora de aspectos mecânicos relacionados à mobilidade e funcionalidade são desfechos de maior relevância.
Dieta, atividade física e programas de modificação de estilo de vida são os pilares do tratamento clínico da obesidade.
Nesse processo destaca-se, em particular, a importância da preservação da massa muscular, por meio de dietas adequadas e exercícios físicos de resistência.
A indicação de cirurgia para tratamento da obesidade, em pacientes com 65 anos ou mais, ainda é controversa. Entretanto, com o crescente número de idosos com obesidade grave, a cirurgia bariátrica tem se tornado uma opção cada vez mais frequente de tratamento para esta população.
Destaca-se que a cirurgia bariátrica é um procedimento seguro e que o risco cirúrgico na população de maior idade teve redução significativa na era da cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica) aproximando-a dos índices observados na população mais jovem.
É importante compreender qual o grau de obesidade do idoso, por qual motivo o problema tem sido causado e qual o nível de comprometimento do sistema em geral. Para ter essas respostas, é essencial procurar por um médico especialista.