Anestesia na cirurgia bariátrica: O que é preciso saber?
WhatsApp01 de fevereiro de 2023

A anestesia na cirurgia bariátrica é uma etapa fundamental para que o procedimento seja bem-sucedido. Aliás, não apenas nessa situação, mas em muitas outras, a anestesia permite que os pacientes sejam submetidos a procedimentos mais complexos, sem que sintam dor.
Descoberta em 1846, a anestesia é considerada um marco na medicina. Apesar das vantagens e por permitir que muitos procedimentos sejam viabilizados, inclusive cirurgias, a anestesia ainda causa alguma insegurança nos pacientes.
Pré-consulta anestésica
A consulta pré-anestésica é realizada, geralmente, dias antes da cirurgia, depois que o paciente já possui todos os exames e avaliações em mãos — essa conduta é administrada pelo hospital em que será realizada a cirurgia, e a consulta pré-anestésica pode acontecer também momentos antes da cirurgia. A consulta tem o intuito de apresentar o anestesista para o paciente, a fim de tirar suas dúvidas e tranquilizá-lo quanto à segurança do procedimento. Esse encontro também ajuda o médico a conhecer o histórico do paciente, envolvendo questões como alergias, patologias associadas, relatos de outras anestesias e cirurgias, etc.
Quem definirá o tipo de anestesia ideal é o médico responsável, com base na criteriosa avaliação do paciente, visando a redução de riscos durante o procedimento.
Relação médico e paciente
O paciente deve fornecer todas as informações solicitadas pelo médico. É importante que sejam reais e que nada fique sem ser esclarecido. Conheça alguns itens da lista de informações:
- Quais patologias já teve? Possui alguma patologia atualmente?
- Faz utilização de medicações? Quais são elas?
- Realizou algum procedimento cirúrgico recentemente?
- Passou por algum tipo de intervenção?
- Tem alergia a algum medicamento, alimento, cosmético?
- Houve exposição a álcool, drogas e outras substâncias recentemente?
- Investigação sobre o histórico familiar.
- Estabelecimento do tempo de jejum necessário para a realização do procedimento.
O anestesiologista deve contemplar o paciente com toda segurança, bem-estar e procedimentos exigidos pelos protocolos médicos, antes, durante e após a cirurgia bariátrica. E o paciente deve comparecer e colaborar para que os procedimentos sejam bem-sucedidos.
Fases da Anestesia:
A anestesia divide-se em três fases: indução anestésica, trans-operatório e recuperação pós-anestésica.
1. Indução anestésica – é a fase em que o paciente vai receber os primeiros medicamentos para o início da cirurgia. Já dentro do centro cirúrgico, o médico punciona uma veia do braço e são ligados todos os aparelhos que irão controlar os parâmetros vitais do paciente (pulsação, pressão arterial, respiração, concentração de oxigênio e gás carbônico no sangue e outros). É administrado oxigênio sob máscara e na veia puncionada aplica-se medicamentos que farão o paciente dormir. A seguir ocorre a entubação oro-traqueal que consiste na introdução de um tubo plástico na traqueia do paciente, o qual será conectado ao aparelho de anestesia. Por este tubo o paciente respira e recebe os gases anestésicos durante a cirurgia.
2. Fase trans-operatória – nesta fase o paciente mantém-se anestesiado recebendo um fluxo constante de gás anestésico e oxigênio ou ar. A quantidade de gás recebida pelo paciente é determinada pelo anestesista e mantida através do aparelho de anestesia “carrinho de anestesia”. Através do computador do carrinho a mistura de oxigênio, ar e anestésico é mantida constante. O anestesista continua acompanhando os sinais vitais do paciente mantendo sua anestesia em um plano adequado para o cirurgião operar, assim como a hidratação do paciente. Nesta fase administra-se quantidades de soro adequadas para manter a pressão arterial e para o perfeito funcionamento dos rins. Por esta razão muitos pacientes costumam urinar bastante no pós operatório.
3. Recuperação pós anestésica – é a fase de despertar do paciente após a cirurgia. A inalação dos gases anestésicos é suspensa e inicia-se a fase de recuperação. O tempo que o paciente leva para acordar é muito variado, no entanto sabe-se que em pacientes obesos há a tendência do anestésico depositar-se no tecido gorduroso, retardando o despertar. A recuperação pode ocorrer na sala de recuperação do centro cirúrgico ou na UTI. O anestesista e o cirurgião decidem qual será o local mais adequado para cada caso.
É muito importante que o anestesista tire todas as dúvidas do paciente, garantindo sua segurança e bem-estar. Em contrapartida, o paciente deve comparecer e colaborar para que os procedimentos sejam bem-sucedidos.
Texto retirado https://www.sbcbm.org.br/anestesiologia/