Cirurgia Bariátrica e o Vegetarianismo.
WhatsApp05 de maio de 2022

Uma das dúvidas mais comuns entre os que buscam informações sobre a redução de estômago é a questão do vegetarianismo e a cirurgia bariátrica. Em casos de pacientes que não comem carne, o que será mais indicado em sua dieta pós procedimento?
Cada paciente bariátrico acaba traçando um caminho individual e único quando se trata de redescobrir e reconstruir sua relação com a alimentação e seu corpo.
Segundo as recomendações atuais para pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, a ingestão de proteínas deve ser de 60 a 120g por dia, sendo indispensável a priorização de proteínas de alto valor biológico (proteínas completas que contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades e proporções ideais para atender às necessidades orgânicas).
As principais fontes de proteínas vegetais são as leguminosas (feijões, soja, ervilha, gergelim, chia, lentilha, grão de bico, quinoa e cogumelos. Porém a qualidade da proteína é diferente, assim como o tipo de ferro e vitaminas do complexo B, que são oferecidas nesses alimentos, claro que havendo um acompanhamento adequado, associado ao uso dos complementos nutricionais recomendados, e também à dieta, não haverá riscos.
Quando juntamos as inúmeras recomendações dadas ao paciente pós-cirúrgico com os vários mitos sobre a alimentação sem produtos de origem animal, pode parecer que seguir uma dieta vegetariana é uma missão impossível. Mas não é.
As proteínas isoladas de origem vegetal mais comuns são de ervilha, arroz e soja. Elas são tão eficientes quanto as que normalmente são feitas a partir de leite de vaca, os famosos whey proteins, algumas pessoas manifestam um desconforto com o consumo de leguminosas, como sensação de estufamento e flatulências (gases). Isso pode ser evitado de forma bem simples, deixando os grãos de molho na água em temperatura ambiente por 12h, desprezando essa água e cozinhando os grãos em uma água nova.
Quanto aos minerais, o ferro é encontrado em alimentos como vegetais verde-escuros, leguminosas (grupo dos feijões) e também deve ser suplementado em casos de deficiência, que ocorre tanto em vegetarianos como onívoros, mas principalmente em mulheres em idade fértil, devido à perda de sangue pela menstruação. Uma dica para melhorar a absorção de ferro é combinar com o consumo de algum alimento rico em vitamina C, como o limão.
O cálcio está presente em boa quantidade e biodisponibilidade no tofu, brócolis, folhas verde-escuras, gergelim, amaranto e alimentos fortificados, como nas bebidas vegetais enriquecidas. A suplementação também é bem comum, principalmente em mulheres.
E, por último, o zinco é encontrado em alimentos integrais, sementes e oleaginosas.
As vitaminas D e B12 são obtidas através da suplementação e exposição solar, no primeiro caso, e suplementação intramuscular ou sublingual para a B12. A suplementação deve ser feita a partir da segunda fase para todos os pacientes, independente da ingestão de produtos de origem animal ou não. Os Veganos podem enfatizar para seu médico prescrever a vitamina D3 sintética e em cápsulas vegetais ou em gotas.
Tenha em mente também que a maioria dos profissionais têm pouco conhecimento sobre alimentação vegetariana estrita e logo assumem que não é possível adequar a alimentação sem carne e outros produtos de origem animal para pacientes de cirurgia bariátrica.
Convidamos você leitor a tirar todas as suas dúvidas e ganhar mais consciência sobre a cirurgia bariátrica e o vegetarianismo!